quarta-feira, 4 de junho de 2014

Aeroporto de Fortaleza: a obra que não decolou

Um dos casos mais críticos em relação ao percentual de andamento da obra é o do Aeroporto Pinto Martins que estava até maio deste ano é de 15%. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) teve de construir um terminal remoto temporário no Aeroporto Internacional de Fortaleza, que foi entregue no início de maio, custou R$ 1,7 milhão. O “puxadinho”, como é conhecido a obra provisória, foi montado por conta da demora na ampliação do terminal. O Aeroporto Internacional Pinto Martins será o único com estrutura provisória entre as cidades-sede da Copa do Mundo.
O terminal remoto temporário tem capacidade para 400 mil passageiros e com isso, a capacidade total do aeroporto Pinto Martins sobe para 7 milhões de passageiros/ano. A estrutura provisória possui com quatro portões de embarque, sanitários e monitores dos voos. E funcionara desde 23 de maio e, devido à demora na entrega da ampliação do terminal, deve funcionar até agosto de 2014.
O equipamento tem 1,2 mil m² e está localizado ao lado do terminal de cargas, próximo ao novo pátio de aeronaves. Segundo a Infraero, os passageiros farão o check-in no aeroporto e serão levados de ônibus até o terminal provisório para embarcarem. Os passageiros sairão do “puxadinho” e deverão ir a pé ou de ônibus até as aeronaves estacionadas no pátio.
Atualmente, três ônibus, três micro-ônibus e duas vans podem fazer o transporte de passageiros no aeroporto de Fortaleza. Ainda de acordo com a Infraero, até a Copa do Mundo, mais dois ônibus serão entregues.
Quer saber mais sobre as obras para a Copa do Mundo em Fortaleza? É só clicar aqui.

Equipe de Projeto Integrado em Webjornalismo: Giuliano Vandson, Rodrigo Barros e Aflaudísio Dantas

Teremos Copa, mas não teremos a maior parte das obras prometidas para o evento

Avenida Paulino Rocha ainda interditada pelas obras
Em janeiro de 2010, o governo brasileiro lançou um documento que recebeu o nome de "Matriz de Responsabilidades". Nesse documento, foram delineadas 50 grandes obras de mobilidade urbana que necessariamente teriam de estar prontas até o início da Copa da Fifa. Entre as ações estavam ampliação de linhas de metrôs, construção de corredores de ônibus e alargamento e construção de novas avenidas.
Para o Ceará, o documento, assinado pelo ex-Ministro do Esporte, Orlando Silva (PC do B), o governador do Estado Cid Gomes (ex-PSB, atualmente Pros) e a ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), indicava sete tópicos, onde seis deles para mobilidade urbana, que se subdividiam em várias obras. A matriz de responsabilidade inicial determinava R$ 562 milhões de reais para mobilidade e R$ 623 milhões para a reforma e reconstrução do estádio Castelão, contabilizando em obras R$ 1.185 bilhão.
A escolha do Brasil para sede da Copa do Mundo de 2014 aconteceu em um longínquo 2007. Os sete anos que separavam a escolha do país sede para o início do maior evento de futebol do planeta, é o maior período de preparação dado a um país para organizar a Copa da Fifa.
O legado proposto seria a construção de estádios modernos e que o país passaria por uma transformação com diversas obras de mobilidade urbana que melhorariam a vida de milhões de brasileiros.
Legado. Essa foi à palavra que mais foi proferida entre os governantes e defensores do Mundial de seleções, a partir do momento em que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, oficializou o Brasil, então candidato único, como país que sediaria a Copa.
Sete anos depois, o diagnóstico é, com exceção do estádio Castelão, apenas R$ 182 milhões foram executados pelo Estado e pela Prefeitura com obras de mobilidade. Conclusão, a menos de 15 dias para a Copa do Mundo, apenas um terço do valor foi gasto e nenhuma obra foi concluída.
Para piorar a situação, obras voltadas para a área turística e da segurança pública, não tiveram andamento algum em Fortaleza. Para o turismo, chegou a ser orçado R$ R$ 26.705.752,43 e a área da segurança, sequer tiveram seus recursos orçados, apesar de estar dentro do cronograma da matriz de responsabilidade.

No aeroporto internacional Pinto Martins, que também está em obra, a situação não é muito melhor. Confira a quantas andam as obras por lá.

Equipe de Projeto Integrado em Webjornalismo: Giuliano Vandson, Rodrigo Barros e Aflaudísio Dantas